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23 de março de 2011

What Is Love: Capítulo 6

A primeira publicação de What Is Love no novo Blog...talvez no sábado já tenhamos algo da nova história. Enfim, espero que gostem, apreciem e continuem lendo :P



Capitulo 6

—A idéia é...—Dizia Vinicius, fingindo um ar poético.—inspiradora.
—Romântica.—Disse Pedro, rindo da cara do amigo.
—Emocionante.—Mauri deu de ombros, sem deixar de sorrir.
—Uma viadice total.—Disse Paulo, girando os olhos.
Os outros três gargalharam, chamando a atenção de algumas garotas num banco não muito longe. Como “presente”, os alunos haviam ganho os dois horários antes do intervalo sem aulas. Era, na verdade, uma forma do diretor “espalhar” a idéia pelo restante da escola. Os garotos estavam, desde então, sentados numa mureta no pátio, bebendo um “refrigerante” que tinham trazido da casa de Paulo.
—Onde está seu romantismo, Paulo?—Riu Vinicius.
—Enfiado no seu...
—Ok, ok!—Exclamou Pedro, rindo mais.—Eu e o Mauri não queremos saber dos detalhes sórdidos!
—Hei! Eu quero saber!
Eles riram mais uma vez. As garotas no banco da frente olharam feio e se levantaram, indo para longe.
 —Vocês lembram dessa lenda?—Perguntou Vinicius, voltando a olhar o resumo.
—Ah...se me lembro bem, é a história de um cara que come a esposa do tio.—Disse Mauri, dando de ombros.
—Você acaba com todo o romance da história, cara.—Riu Pedro, apoiando as mãos na mureta e saltando.—Ele é um guerreiro que se apaixona pela filha do rei de um país inimigo. Mas ele não sabe que ela é a princesa. Um dia ele disputa um torneio em nome do tio, que é rei do outro país, e conquista a mão da princesa para o tio, sem saber que é a mesma garota que ele se apaixonou. Eles tentam se separar, mas acabam vivendo um romance proibido.
—Sim, mas no fim ele come a esposa do tio, não come?—Ponderou Mauri, erguendo as sobrancelhas.
—Você é tão delicado quanto um rinoceronte de aço numa loja de porcelana.—Disse Pedro, com um sorriso irônico.
—E você ta muito gay ultimamente.—Riu Mauri. Pedro revirou os olhos, rindo, mostrando o dedo médio para o amigo.
—Ele ta empolgado porque pode fazer par com a Luana.—Disse Paulo, rindo e saltando da mureta com Vinicius.
—Oh! Luana, Luana!—Exclamou Vinicius, ajoelhando e pegando a mão de Paulo, que fez uma pose gay.—Onde está você, Luana?!
—Isso é Romeu e Julieta, burros!—Disse Pedro, gargalhando.

...

—Espero que não me ponham para fazer par com um nerd do clube de xadrez.—Dizia Ammanda, lendo o papel com o resumo, entretida.—Eu mereço alguém, no mínimo, interessante.
—Interessante como o Vinicius?—Riu Carla, cutucando a amiga.
—Eu hein.—Ammanda afastou-se da amiga, franzindo a testa.—Sai de mim! Quero distância daquele garoto.
—Mas tava toooda preocupada com ele no shopping.—Riu Yale, vendo a amiga corar.
—Ele tava sendo asfixiado!—Exclamou, com a voz esganiçada.—E por que não vão encher o saco da Luana? Ela também ficou preocupada com o Pedro...e até beijou ele!
—Obrigado, Mandy.—Luana girou os olhos. Carla prendeu uma risada, fazendo um esforço para que sua cara de surpresa ficasse tão autentica quanto a de Yale.
—Quando isso, amiga?! E não foi de...?—Perguntou Yale, atônita.
—Não, não! Foi no rosto.—Disse Lua, fazendo gestos largos com as mãos, corada.—Foi no shopping. Depois de todo o lance com o Danilo.—Respirou fundo, olhando para os lados, sentindo o rosto quente.—E não sei porque tanta surpresa. Foi só um beijo no rosto. De agradecimento. Não temos mais 11 anos.
—Eu sei, amiga, eu sei.—Disse Yale, suspirando e lançando um olhar para um canto, onde quatro garotos riam alto, fazendo uma dança estranha. Observou Mauri por um tempo, antes de voltar a olhar as amigas, um pouco corada.—Mas pense o que vão pensar de nós se começáramos a sair com eles?
—Eu não ligo...—Murmurou Luana, levantando do banco e ajeitando a saia.—e, sinceramente, vocês também não deviam ligar.—Ergueu as sobrancelhas, vendo o olhar meio chocado das amigas.—Acho que esse trabalho vai servir para mudarmos alguns conceitos.
Cruzou o braço sobre o peito e afastou-se do banco, sem ver o olhar que as amigas trocaram. Caminhou meio sem rumo, com a cabeça cheia. Falava aquilo tudo. Mas...por que não conseguia agir do jeito que falava para as amigas? Tudo bem, o medo que ela tinha não era de ser julgada pelo colégio por estar saindo com um dos perdedores. Seu medo maior era que Pedro só lhe enxergasse como os outros. Como uma popular. Como um “troféu”. Claro, não fazia sentido. Não era isso que o olhar dele demonstrava Nem o bilhete. Respirou fundo e encostou numa parede, num canto isolado da escola, olhando para os pés.
—Olá, Luinha.
Olhou para cima e encontrou Danilo, que estava escorado ao seu lado. Revirou os olhos e afastou-se, caminhando para longe do rapaz.
—Oi.
—Eu queria me desculpar por sábado.—Murmurou o rapaz, andando um pouco atrás dela. Seu tom, porém, não parecia arrependido.
—Hum...que bom...parece que alguém cresceu um pouco.—Murmurou, irônica, sem olhar para ele.
—Vamos, Lua.—Riu Danilo, segurando o braço dela.—Já te pedi desculpas. O que mais você quer?
—Me solta.—Resumiu-se a garota, olhando séria para a mão que lhe segurava.
—Você não vai me ignorar para sempre.—Riu o garoto, meio cafajeste.
—Me solta, Danilo.—Murmurou Luana, levemente ameaçadora.
—É surdo, cara?—Falou alguém, logo a frente deles. Luana ergueu o olhar e encarou Pedro, parado logo a frente deles.—Acho que ela mandou você soltar, certo?
—Sai daqui, perdedor.—Rosnou Danilo, fechando a cara.—No shopping tinha os seguranças pra salvar tua cara e dos teus amiguinhos. Aqui não tem ninguém.
—Não preciso.—Pedro deu de ombros, pondo as mãos nos bolsos.
—Não precisa? Acho que bateu sua cabeça com muita força.—Danilo riu irônico.—Perdeu um pouco do bom senso. Se é que você e seus amigos um dia tiveram.
—Opa, ouvi meu nome?—Perguntou Paulo, se aproximando.
—Não, cara. Ele ainda não falou seu nome!—Riu Vinicius, chegando ao lado de Mauri.
—Estragou nossa entrada gloriosa!—Mauri chegou ao lado dele, dando um tapa na nuca de Paulo.
—Ok, ok...desculpa...vamos tentar outra tomada!—Riu Paulo, passando a mão pela nuca.
—Por que vocês sempre aparecem nas piores horas, otários?!—Bradou Danilo, soltando o braço de Luana. Mando um dedo médio para os garotos e saiu pisando duro.
—Vai, vai! Corre antes que o zoológico chegue!—Gritou Mauri, rindo muito.—Esses primatas.
—Você ta bem?—Perguntou Pedro, rindo do que Mauri havia dito.
—Ah...sim.—Murmurou Luana, passando a mão pelo braço. Nem estava doendo tanto, fazia isso quase que inconscientemente.—Ahm...obrigado de novo.
—Tudo bem. Não precisa agradecer.—O garoto sorriu verdadeiramente, fazendo Luana corar e desviar o olhar.
—Então...vai vir em meu socorro sempre?—Riu meio tensa, sem entender porque havia perguntado aquilo. Olhou para o lado e viu que os garotos faziam gestos uns para os outros, saindo de fininho, deixando os dois à sós.
—Viria até se não precisasse de socorro.—O garoto riu mais abertamente, passando a mão pela nuca. Luana sentiu o calor no rosto aumentar.—Mas sim...sempre que precisar, estamos aí.
—Vai acabar se machucando à toa.—Murmurou a garota, sem coragem de olhar-lo.
—Por você nunca é a toa.—Piscou para ela, pondo as mãos nos bolsos e afastando-se. A garota ergueu o olhar e fitou o garoto que saia atrás dos amigos, gritando alguma coisa que lembrava um xingamento. Luana sorriu, passando as mãos pelos cabelos, olhando para os lados, sem pensar em mais nada.

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