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10 de fevereiro de 2011

What is Love: Capitulo 3

Com um pouco de atraso por causa de um problema da internet, tá aí, mais um capitulo de What Is Love \o\



Capitulo 3

Sábado, para Pedro, era o dia universal de não se fazer nada. Domingo? Não. Segundo ele domingo ele não fazia nada, mas com um objetivo. Preparar-se psicologicamente para a segunda feira. Mas ainda estava no sábado e pensar na segunda, no dia de não fazer nada, era muito trabalhoso para ele. E era exatamente com o intuito de não ter trabalho que ele foi até o apartamento de Paulo, vestindo apenas uma jeans e uma camisa de moletom, carregando uma sacola com alguns DVDs alugados. Bateu na porta do apartamento e encostou-se no vão, olhando para os lados
—Aaah...tão cedo?—Murmurou Vinicius, bocejando, usando apenas uma samba canção, os cabelos despenteados. Pedro riu, balançando a cabeça negativamente.
—Seu marido ta em casa?—Falou, entrando no apartamento, enquanto um sonolento Vinicius fechava a porta.
—Tão falando de mim?—Perguntou Paulo, jogado no sofá, trocando de canal aleatoriamente.
—Não sabia que você e o Vinicius tinham casado.—Riu Pedro, jogando a sacola de DVDs para o amigo.
—Vai a merda.—Riu Paulo, puxando a sacola e vendo os DVDs.—Ah não! “De Volta Para o Futuro” de novo?!
—Enquanto vocês não deixarem de ser três moças preguiçosas e EU tiver que alugar os DVDs, pode ter certeza que vamos ver milhares de vezes.—Disse Pedro, indo até a cozinha.
—Você é mau, Pedro. Muito mau.—Disse Paulo, abrindo a caixa de um DVD, pondo no aparelho.
—Nem imagina o quanto!—Gritou de volta, indo até o armário e pegando um saco de pipocas de microondas.—Bom dia, Mauri. Você está muito sexy.
—Achou?—Perguntou Mauri, que terminava de lavar uns pratos, usando apenas uma boxer azul escura e um avental, fazendo uma pose gay.
— Com certeza.—Riu Pedro, pondo o a pipoca no microondas.
—“De Volta Para o Futuro” de novo?—Perguntou Mauri, tirando o avental.
—Aham! Preciso de uns conselhos de Marty McFly.—Riu Pedro, encostando no balcão, olhando os pés.
—Nada que seus amigos possam ajudar?—Perguntou Mauri, pondo a mão no ombro do amigo, olhando preocupado.
—Acho que não.—Deu de ombros, olhando para o microondas. As pipocas já começavam a estourar.
—Luana?—Riu Mauri, afastando o amigo e encostando na parede de frente para ele. Pedro apenas confirmou com a cabeça, sem olhar o amigo.—Cara, isso é ridículo! Fale com ela, diaxo! Ela mesmo já confessou que leu seu bilhete e gostou!
—Não é tão fácil.—Murmurou Pedro, escutando o apito do microondas, anunciando que a pipoca estava pronta.—Tudo bem, ela gostou do meu bilhete. Mas isso não quer dizer que eu tenha alguma chance, certo?
Antes que Mauri pudesse responder, Paulo colocou a cabeça para dentro da cozinha, uma camisa mal enfiada na cabeça, tentando passar pelo braço esquerdo.
—As duas moças vêm ver o filme ou teremos que começar sem vocês?
—Nem pensem nisso!—Exclamou Pedro, rindo, pegando a pipoca e correndo na direção da sala.

...

O sábado havia amanhecido monótono para Luana. Após uma pequena discussão com sua irmã, sobre quem iria usar o banheiro primeiro, jogou-se na cama, abrindo o livro de química e tentando se concentrar no assunto. Mas seu olhar era constantemente atraído por um papel, meio velho, com aparência de algo que foi dobrado e desdobrado varias vezes. Finalmente desistindo, pegou o papel e deitou-se de barriga para cima, lendo as palavras.
—“Para me fazer o homem mais rico, basta ver o teu mais verdadeiro sorriso”
Não sabia por que, mas havia procurado aquele bilhete como uma louca, assim que Pedro lhe deixou em casa. Ele mesmo havia recitado no caminho as palavras que ela sabia que nunca ia esquecer. Respirou fundo e abraçou-se ao papel, fechando os olhos. Então, seu celular tocou, tirando a garota de seus pensamentos. Resmungando, largou o papel sobre o livro de química aberto e olhou o numero no visor.
—Oi, Mandy.—Murmurou, levantando da cama.
—Oi amiga! Te acordei?—Perguntou Ammanda do outro lado da linha.
—Não, não...eu só estava...—Luana lançou um rápido olhar ao bilhete entre as paginas do livro de química.—estudando.
—Num sábado?!—Disse Mandy.—Não quer vir nos encontrar no shopping?
—Agora?—Perguntou Luana, lançando um olhar para o relógio na mesa de cabeceira.
—Passo para te pegar em quarenta minutos, certo?
—Ahm...—A garota coçou a nuca, olhando para o nada. Não estava com animo para sair.—Tudo bem. Quarenta minutos.
—Ok, amiga. Até daqui a pouco!
Desligou o telefone e pousou lentamente sobre a mesa de cabeceira. Lançando um ultimo olhar ao bilhete, fechou o livro, indo na direção do armário, escolher uma roupa.

...

—Tá chato.—Resmungou Paulo, olhando para o teto, enquanto Pedro tirava o DVD e já preparava para colocar o outro.
—Ah, vamos...o filme é ótimo!
—É realmente, nas primeiras sessenta vezes que vemos.—Bocejou Vinicius, levantando.—Vamos sair.
—Mas hoje é o dia de não fazer nada.—Disse Mauri, largado numa poltrona, brincando com o fiapo da sua manga.
—Quem disse que precisamos fazer alguma coisa?—Vinicius ergueu uma sobrancelha, olhando os amigos.
—Tá, mas para onde vamos?—Perguntou Pedro, guardando o DVD na caixa e enfiando dentro da sacola.
—Qual o melhor lugar para não se fazer nada fora de casa?—Vinicius sorriu de canto, debruçando-se no sofá.
—Shopping.—Responderam os outros três, em uníssono.

...

—As meninas já estão nos esperando lá.—Dizia Ammanda, entrando por uma rua, balançando a cabeça ao ritmo de uma música na rádio.
—Ahm.—Disse Luana, cruzando os braços, olhando pela janela.—E o que exatamente vamos fazer lá?
—Ah, não sabemos ainda.—Mandy desviou o olhar por um instante da pista, trocando de estação.—Mas a Yale quis. Fazer o que, né?
Lua riu, olhando de canto para a amiga, voltando a fitar a paisagem pela janela. As ruas estavam vazias. Fazia um frio cortante e o céu estava cinzento, ameaçando chover novamente.
Chuva...era inevitável pensar em chuva e não voltar a pensar no maldito bilhete, nas malditas palavras. Fechou os olhos e apertou os dedos com força, encostando a cabeça no banco.
Não demorou muito, logo estavam na frente do shopping. Ammanda estacionou próximo à entrada e saiu, acompanhada por Luana. Não se demoraram muito nos corredores, vez ou outra parando para ver uma vitrine, mais logo chegaram na praça de alimentação.
—Finalmente!—Riu Carla, assim que elas chegaram, cumprimentando as amigas com beijinhos no lado do rosto.
—Pensamos que não vinham mais!—Disse Yale, sorridente, voltando a sentar.
—O transitivo estava horrível.—Suspirou Ammanda, sentando, fingindo cansaço.
—Admite que pegou o caminho errado.—Disse Luana, sentando ao lado de Mandy, rindo.
—Nunca, querida.—Disse Mandy, debochada, filando um pouco do refrigerante de Carla.—Ammandinha aqui nunca erra!
As quatro riram, atraindo a atenção de um grupo de garotos que acabavam de entrar na praça de alimentação.

...

O Shopping estava movimentado. Era programa típico das cidades. Dia de sábado, para quem não trabalhava ou fazia algum curso, era dia de ir ao shoppping. Por isso mesmo havia muitas pessoas andando pelos corredores, parando em vitrines ou apenas sentadas nos bancos, conversando.
Pedro, Mauri e os outros andavam pelos corredores, conversando e rindo alto, comentando coisas banais ou parando para mexer com alguém, antes que o segurança se aproximasse e eles fossem obrigados à fugir.
—Tô com fome.—Disse Paulo, passando a mão pela barriga.
—Você vive com fome.—Pedro revirou os olhos, caminhando com as mãos nos bolsos.
—Eu estou em crescimento!—Disse Paulo, indignado, porém rindo.
—Claaaaro!—Ironizou Vinicius, dando tapinhas nas costas de Paulo.—Nossa criancinha precisa se alimentar.
—Vão à merda.—Riu Paulo, mostrando o dedo médio para os amigos.
—Tudo bem, tudo bem.—Riu Pedro, balançando a cabeça negativamente.—Já que foi tão educado, vamos para a praça de alimentação.
Ainda rindo muito, seguiram na direção da praça, cantando uma canção brega, muito desafinados. Suas atitudes arrancavam risos e olhares de repreensão das pessoas. Mas eles pouco ligavam. Entraram na praça, Pedro fazendo um solo em uma guitarra imaginaria, enquanto Paulo e Mauri fingiam delirar.
—Vocês me matam de vergonha.—Riu Vinicius, fingindo estar constrangido.
—Oooow!—Disse Mauri, alargando o sorriso, olhando na direção de algumas garotas que riam alto.—Minha princesa está aqui! Eu não acredito!
—Ai, ai...—Riu Vinicius, seguindo os movimentos de Ammanda com o olhar.—Acho que estou apaixonado.
—Você falou isso três vezes no ultimo mês.—Riu Pedro, mordendo o lábio inferior, observando Luana. Ela estava linda com aquela blusa de alça preta e uma saia longa, da mesma cor. Os cabelos que tantas vezes lhe hipnotizavam, estavam presos num gracioso rabo de cabalo que lhe caia por sobre os ombros finos e delicados. Respirou fundo, refreando a vontade de abraçar-la.
—Meu Deus, me poupem vocês três!—Riu Paulo, caminhando na direção delas.—Vão ficar parados aí, sonhando ou vão até lá?
Os outros três se entreolharam e seguiram com ele, sem notar que outro grupo também havia notado as garotas.

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