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2 de fevereiro de 2011

What is Love: Capitulo 2

Aqui galerinha, como prometido, publicado semanalmente, mais um capitulo de What Is Love ;D


Capitulo 2

Ao fim do dia, um verdadeiro dilúvio caiu sob o colégio. Alunos corriam em meio à chuva, protegidos por guarda-chuvas ou usando os cadernos para isso. Pedro e os outros corriam pelo pátio, pisando em poças de água, respingando nos outros que, raramente, levavam na esportiva.
—Idiotas.—Murmurou Ammanda, observando Vinicius em particular. O garoto corria atrás de algumas garotas, totalmente molhado, tentando abraçar-las. Bufou e voltou a olhar para as amigas, em silêncio.
—Estou sentindo ondas de ciúme?—Riu Luana, ajeitando a mochila nos ombros.
—Vai a merda—Disse Ammanda, rindo de canto.
Luana balançou a cabeça negativamente e olhou os garotos. Paulo corria de alguns jogadores de basquete realmente furiosos. Mauri tentava convencer alguns calouros a irem para chuva. Pedro conversava com algumas garotas que mantinham distância deles, vendo Vinicius que tentava abraçar suas colegas, com medo que ele fizesse o mesmo com elas. Mesmo assim, sentiu um aperto no peito. Revirou os olhos e suspirou, voltando a olhar para frente.
Lentamente o colégio foi esvaziando. Yale e Mandy pegaram suas respectivas caronas e foram para casa. Meia hora depois o carro da mãe de Carla parou na frente do colégio. A garota virou-se para Luana.
—Tem certeza de que não quer uma carona, amiga?—Perguntou, preocupada.—Essa chuva não ta com cara de que vá parar.
—Tudo bem, Cah.—Sorriu Lua, abanando a mão.—Não estou com pressa. Sem contar que minha casa fica totalmente fora do seu caminho.
—Tudo bem.—Murmurou Cah.—Se cuida, garota.—Acenou, indo na direção do carro.
Luana acenou lentamente, até a amiga fechar a porta. Respirou fundo e seguiu o carro com o olhar, até ele virar a esquina. Olhou o relógio e lançou um rápido olhar ao pátio do colégio. Os garotos já não estavam ali, o que explicava a estranha paz no local. Balançou a cabeça negativamente e olhou para os pés, demoradamente.
—Tchau, Luana.—Disse alguém, rapidamente, passando por ela.
—Até amanhã!
—A gente se fala!
Ergueu o olhar rapidamente e viu Paulo, Vinicius e Mauri saindo pela chuva, conversando animadamente. Franziu a testa e seguiu o grupo enquanto passavam pela grade do colégio. Os três começavam a cantar uma música animada...TRÊS?!
—Medo da chuva?—Disse Pedro, logo atrás dela, sorridente. Luana virou-se rapidamente e encarou o garoto. Estava completamente molhado, a camisa larga grudando no corpo, assim como o cabelo no rosto.
—Não quero molhar meu material.—Deu de ombros, ainda olhando para ele.
—Não seja por isso!—Riu o garoto, puxando um guarda-chuva preto.—A senhorita quer uma “carona”?
Luana abriu a boca para responder, sentindo o rosto queimar. Umedeceu os lábios e olhou para a chuva, que não parecia dar trégua. Voltou a olhar ele, considerando. Não achava uma boa idéia, mas também não queria esperar tanto tempo ali, sozinha.
—Luana?
—Hum?—Murmurou, olhando-o nos olhos. Estava distraída.
—E então?—Alargou o sorriso. Adorava o olhar dela.—Eu só estou te oferecendo uma carona! Não te chamei para sair.
—Ah...sim.—Forçou um sorriso, olhando para o chão.—Tu...tudo bem.
—Tudo bem de “tudo bem, eu aceito sua carona”?—Perguntou, sem desfazer o sorriso.
Luana apenas balançou a cabeça positivamente, sem olhar-lo nos olhos. Aquele sorriso lhe deixava nervosa. Queria que ele parasse de sorrir e lhe olhar daquele jeito...queria?
Saíram do colégio em silêncio. Luana ia ao lado dele, abraçando o material, tentando se espremer embaixo do guarda-chuva. O que não era muito difícil, uma vez que Pedro parecia mais preocupado em proteger-la da chuva do que se proteger.
—Vai se molhar...—Murmurou, tentando não parecer preocupada. Ele olhou-a meio de canto, erguendo uma sobrancelha, levemente irônico.—mais.
—Tudo bem.—Deu de ombros, voltando a olhar para frente.—Mas é uma novidade, você se preocupando comigo...—riu de canto, ruborizando.—ganhei o dia.
Luana sentiu o rosto esquentar e apertou o material contra o peito. Seguiram mais uma vez em silêncio. As ruas estavam quase vazias. Vez ou outra passava um carro com os faróis acesos. A falta de conversa começava a incomodar os dois. Para Luana, aquele era o tipo de silêncio que precede algo muito constrangedor. Para Pedro, significava que ela estava odiando sua presença.
—Como vai a vida?—Perguntou o garoto, meio receoso.
—Hum...normal.—Murmurou Luana, olhando para os pés. Passou um longo tempo até ela decidir se devia ou não perguntar de volta.—E a sua?
—Ahm...é...—Deu de ombros, abaixando o olhar.—na mesma.
—Escrevendo muito?—Luana sabia que Pedro adorava escrever. Uma vez, encontrou um bilhete escrito por ele dentro de seu caderno. Eram coisas realmente bonitas que ela nunca sonhou em receber. Mas ficou com medo e acabou nunca respondendo. Mas ainda guardava com carinho e lia sempre que sentia-se só.
—Ahm? Não, não.—Mentiu, forçando um sorriso.—Era perda de tempo.
—Mas você escreve realmente bem!—Disse Luana, sem pensar.
Pedro abriu um sorriso verdadeiro, olhando para ela de canto. Então ela havia realmente lido. E o melhor! Havia gostado! Sentiu uma quentura gostosa na boca do estomago e encolheu os braços, voltando a olhar para frente.
—“Para me fazer o homem mais rico, basta ver o teu mais verdadeiro sorriso”.—Murmurou, casualmente. Luana sentiu uma contração gelada no peito e vacilou um passo, quase tropeçando.—É...eu era realmente brega.—Riu, balançando a cabeça negativamente.
Lua abriu a boca para contestar, mas sua voz foi abafada por uma buzina alta. Um carro parou ao lado deles. A janela abaixou e um garoto forte, do time de futebol, debruçou-se, sorrindo matreiro.
—Luinha, Luinha.—Era Danilo. Tipico garoto que vivia com camisas de bandas de rock e cantava o pior dos pagodes. Luana já havia saído com ele algumas vezes, mas nunca sentiu nada por ele. Ele, por sua vez, só via ela como um troféu.—Quer uma carona, minha linda?
Luana ergueu uma sobrancelha e fitou o rapaz. Queria era distância de Danilo. Mas obviamente não agüentava mais andar naquela chuva. Mordeu o lábio inferior e olhou para Pedro que não lhe encarava. Respirou fundo e voltou-se para Danilo.
—Pode dar uma carona para ele também?—Danilo franziu a testa e olhou para Pedro.
—Não vou dar carona a um perdedor molhado.
—Tudo bem.—Disse Pedro, sem olhar para ele.—Não quero sua carona. Não confio em gorilas ao volante.
—Cala a boca, perdedor.—Resmungou Danilo, fechando a cara.—E então? Vai querer a carona ou não, Luana?
A garota respirou fundo e olhou uma ultima vez para Pedro que olhava fixamente para frente.
—Não...obrigada.—Murmurou. Pedro olhou surpreso para ela, a boca aberta. Danilo bufou raivoso, fechou o vidro e saiu cantando pneu. Luana observou o carro sumir na primeira curva. Virou-se para Pedro que ainda olhava abobado para ela.—Que foi?
—Ahm...hum...nada.—Deu de ombros, tentando disfarçar o sorriso que ameaçava surgir.—vamos?
Luana concordou e voltaram a andar. Mais uma vez ficaram em silêncio, mas Pedro não podia estar mais feliz.

...

—Finalmente!—Disse Paulo do outro lado da linha, quando Pedro finalmente atendeu o celular.—Tô te ligando tem meia hora!
—Ah! Desculpa.—Riu Pedro, sentando numa cadeira.—Não dava pra ouvir o celular com minha mãe gritando.
—Iiih! Fez merda, foi?—Pedro riu, apoiando o celular no ombro, tirando o sapato.
—Deitei na cama molhado.
—Mancada, mancada.—Disse Paulo, rindo.—Mas e aí, como foi com a Luana?
—Ah, meu amigo.—Riu Pedro, tirando outro sapato e largando-se na cama.—Foi maravilhoso!
—Se beijaram, né? Ah! Sabia, garanhão!—Riu Paulo. Pedro pode escutar gritos de comemoração abafados, do outro lado da linha.
—Os rapazes estão aí?
—Estão e...hey, seus safados! Deixem pizza para mim!—Pedro riu, escutando Paulo gritar.—Vai, conta logo antes que esses dois comam tudo.
—Não teve nada de mais.—Disse Pedro, pondo a mão livre atrás da cabeça, olhando o teto.—Fiquei sabendo que ela leu meu bilhete...e gostou!
—Bilhete? Que bilhete?—Perguntou Paulo, com a voz abafada. Provavelmente com a boca cheia de pizza.—Aquele do ano passado?
—Uhum.
—E só isso?—Perguntou Paulo, levemente desapontado.
—Não.—Riu Pedro. Paulo ficou em silêncio, incentivando o amigo à continuar.—Ela recusou uma carona do Danilo, preferindo ficar comigo!
—E depois?—Perguntou Paulo.
—Nada.—Pedro franziu a testa.—Deixei ela em casa e...só.
—Cara, você é devagar de mais.—Murmurou Paulo.—Ow! Vou desligando antes que esses dois acabem com tudo o que tem na geladeira...e fora dela também! Até!
—Até.—Disse Pedro, desligando o celular. Respirou fundo, olhando o teto. Não podia estar melhor.

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