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10 de julho de 2012

All You Need Is Love - Capitulo 2

Então, era pra eu ter postado ontem, segunda e tal, mas cheguei tarde em casa, então. Aí, o segundo capítulo de All You Need Is Love xD






Já estavam quase todos dormindo quando os sons da cidade invadiram o carro pelas janelas. Pedro ergueu um pouco a cabeça, afastando os cabelos da frente do rosto antes de virar-se para Lucius.
- Já chegamos? - Perguntou com a voz meio embargada pelo sono, coçando os olhos.
- Yep... - Respondeu o rapaz, batucando impaciente enquanto esperava o sinal abrir. - O hotel onde vamos ficar não é muito longe daqui.
-Ah, graças a Deus! - Resmungou Harry, esticando os braços para cima, tocando a ponta dos dedos no teto da van. - Minhas câimbras já estão com câimbras...
Pedro riu de leve antes de voltar a olhar para fora. Apoiou as mãos no batente da janela e colocou a cabeça para fora da janela, sentindo o ar frio de Londres tocando seu rosto e sacudindo seus cabelos para trás. Não pôde deixar de reparar nos diversos Pubs, nem os gigantescos prédios de vidro que se erguiam mais ao centro. Voltou a sentar-se, os cabelos ligeiramente bagunçados.
- Eu vou amar essa cidade!
 Vai amar ainda mais quando ganhar fama... - Disse Lucius, despreocupadamente. Dirigia com apenas uma mão, enquanto com a outra procurava outro cigarro no bolso da calça.
Depois de rodarem por dois ou três quarteirões, cada um mais imundo do que o outro, finalmente param. Era uma rua movimentava, onde ônibus de aparência antiga, carros pequenos e velhos e caminhões circulavam. Haviam vários bares sujos e lojas de aspecto duvidoso.
O hotel onde pararam não se diferenciavam muito. Sua fachada de tijolos fazia lembrar uma velha fábrica. Roupas se penduravam nas janelas. Em algum dos quartos tocava uma música alta e em outro alguém tossia compulsivamente. Cada um dos integrantes olhava de uma maneira duvidosa para o local enquanto desciam carregando seus instrumentos e bagagens.
- É aqui que vamos ficar? - Perguntou Rony, carregando o surdo da bateria nas costas.
- O que esperava? O palácio de Bunckinghan? Andem, vamos levar tudo pra cima. - Disse Lucius, ajudando Amanda e Liv com o restante da bateria.
Rony soltou um bufo frustrado. E não foi o único. A perspectiva de ter deixado suas confortáveis casas para ficar hospedados num ninho de baratas não era nada atraente. Porém, sem reclamarem mais nada, seguiram para o lado de dentro.
A recepção não estava em melhor estado que o lado de fora. Painéis de madeira eram afixados na parede, com uma aparência desgastada e sem polimento. Haviam algumas cadeiras com o estofado rasgado e a espuma exposta. O chão era de cimento pintado de vermelho, rachado em várias partes. Uma escada levava para os andares superiores e um elevador, com uma placa de "QUEBRADO" completava o cenário.
- Olá Sadie. - Disse Lucius à recepcionista. Uma mulher com o corpo em forma de violão, cabelos crespos e pintados de vermelho. Tinha uma aparência bem vulgar apesar das roupas recatadas.
- Krum...quanto tempo... - Disse Sadie, com um ar de malicia. Lançou um rápido olhar para os outros seis antes de voltar-se para Lucius. - Quem são seus amigos.
- Carne nova... - Riu o garoto, enquanto retirava do bolso o certificado da reserva do hotel. - Temos um show hoje a noite.
- Hmmm...adoro músicos... - Murmurou, estreitando o olhar de forma sexy na direção de Harry, que procurou rapidamente desviar o olhar, mostrando-se bastante interessado no lustre velho do teto.
Sadie deu um sorriso que fez sua postura tornar-se ainda mais vulgar. Pegou três chaves no balcão e entregou para Lucius. O garoto pegou antes de virar-se para os outros.
- Bem...cada quarto tem duas camas...eu vou ficar num com a Liv... - Apressou-se em dizer. Pedro revirou os olhos de leve, mas Lucius nem pareceu notar. - Acho que não tem problema o Chapolim ficar num quarto com a Amanda...e vocês três. - E entregou uma chave para Pedro, apontando para ele, Rony e Harry. - podem se virar de alguma forma...tem um colchão extra na van.
E, sem esperar nenhum tipo de contestação, passou o braço pela cintura de Liv e foi conduzindo ela na direção das escadas. Pedro ficou olhando as costas do rapaz por um tempo, com um certo azedume, antes de resmungar.
- É fácil falar...você não vai dormir com as baratas, Sr. Krum...

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Demorou um pouco, mas antes das 3h toda a bagagem já havia sido levada para cima. O quarto de Lucius era o maior dos três, por isso decidiram deixar toda o equipamento lá.
Tirando o tamanho, todos os quartos eram exatamente iguais. Mal iluminados e com um inconfundível cheiro de naftalina. Haviam armários de madeira para colocar as roupas e um cofre que parecia ter sido feito na época em que a rainha era jovem e virgem. Duas camas de solteiro e um grande espaço entre elas, onde ficava um criado mudo único.
A única coisa boa era o fato de cada quarto ter seu banheiro. Os banheiros não eram tão bons assim, mas ao menos não teriam que dividir banheiro com os outros moradores.
Um bom banho depois de uma viagem tão longa, mesmo num banheiro tão fétido, era relaxante. Pedro saiu à muito custo de baixo da água(apesar de estar bastante fria). Secou-se e vestiu roupas limpas.
O quarto estava vazio. As coisas de Rony e Harry estavam jogadas ainda empacotadas sobre as camas. Pedro terminou de secar os cabelos e jogou a toalha sobre uma cadeira, indo na direção da porta do quarto.
Os corredores também estavam vazios. Haviam apenas três quartos por andar e os três quartos do sexto andar eram deles. Não havia muita decoração nos corredores, exceto o papel de parede descascado, o lustre antigo que pendia do teto e uma planta morta por falta de água.
Pedro caminhou pelo corredor com as mãos nos bolsos do casaco moletom e seguiu na direção da porta no final do corredor. Bateu com o nó dos dedos na madeira e escorou-se na parede, esperando.
Não demorou muito, a porta abriu-se. Liv apareceu por trás dela, os cabelos soltos de uma forma desleixadamente sexy, usando apenas uma lingerie preta. Parecia estar trocando de roupa. Haviam varias mudas de roupa sobre a cama, como se ela escolhesse o que vestir.
- Então... - Murmurou Pedro, lançando um olhar pelo corpo da garota, antes de olhar para dentro do quarto. - Onde está o Lucius?
- Saiu... - Respondeu Liv, afastando-se para deixá-lo entrar. - foi resolver os últimos contatos com a gravadora.
- Ah... - Resumiu-se Pedro, entrando no quarto, as mãos ainda nos bolsos. Havia um sorriso malicioso em seu rosto enquanto ele olhava para os instrumentos encostados na parede, próximos à TV.
- O Rony e o Harry? Eles ainda estão aqui? - Perguntou Liv, fechando a porta e girando a chave discretamente.
- Saírem...foram visitar a irmã do Rony, eu acho... - Disse Pedro, virando-se para Liv, que colocava a chave sobre as malas. Sentiu uma excitação subir desde seu baixo ventre com o olhar fatal que ela lhe lançou, caminhando em sua direção. - Isso não é certo, sabia?
- Não acha um pouco hipócrita criar consciência depois de tanto tempo? - Perguntou Liv, encostando o corpo no dele, passando as mãos por seus braços.
Pedro riu de leve, com uma certa ironia. Ela estava certa no fim. Havia quase um ano que mantinham aquele caso. Seria um pouco hipócritas começar a achar errado comer limão, quando já havia provado de todas as maneiras possíveis. Passou os braços pela cintura dela, puxando-a para perto.
- Se o Lucius descobrir isso... - Sussurrou o garoto, passando lentamente o nariz pelo dela, logo descendo, deixando que os lábios tocarem suavemente nos dela.
-Ele só vai descobrir se você contar... - Devolveu Liv, a voz ligeiramente maliciosa, enquanto deixava os braços escorregarem sutilmente dos ombros de Pedro para seu pescoço. - Você nunca foi de falar tanto...
E, sem esperar a resposta dele, virou-o rapidamente e empurrou o garoto na cama. Esticou as mãos para trás e soltou o grampo do sutiã, retirando-o rapidamente e jogando sobre os olhos dele.
- Vamos, Pedro... - Murmurou Liv, pulando sobre o garoto antes que ele tirasse o sutiã de cima dos olhos. - eu estou com saudades.

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Era difícil controlar Max, mas depois de quase quinze minutos de amasso dentro do carro, Lucy conseguiu livrar-se das mãos hábeis do namorado e sair do conversível dele. Sentiu que os dedos do garoto ainda tentaram segurá-la pelo tecido da camisa, mas foi ainda mais ágil e pulou para a calçada à tempo.
- Por hoje chega, Maxwell... - Disse Lucy, num tom divertidamente maldoso. Seu uniforme estava bastante amarrotado, seus lábios bastante avermelhados e tinha certeza de que havia uma marca em seu pescoço.
- Vamos Lucie...só mais um pouquinho... - Pediu o rapaz, com um ar manhoso, pulando para o bando do passageiro para ficar próximo a calçada.
- Nada disso... - O tom de repreensão da garota não chegava à seu sorriso.
- Ao menos nos vemos mais tarde? - Perguntou Max, com um ar conformado. Lucy olhou para o namorado por um instante, antes de responder.
- Vou falar com as meninas...se elas forem, eu irei também.
E, soprando um beijo para o loiro, deu as costas e caminhou na direção de sua casa. Parou um instante na porta, observando as luzes do carro subirem a rua e sumirem ao fazer a curva, antes de entrar.
-Mãe! Estou em casa! - Anunciou Lucy, assim que entrou na residência. Retirou os sapatos e colocou de lado, junto com a mochila, próximo à um suporte para casacos.
A casa estava silenciosa e impecavelmente limpa. Andou por cada cômodo procurando algum sinal de sua mãe, mas ela não estava em lugar algum. Um bilhete preso à geladeira avisava que ela havia ido à igreja.
Lucy retirou o bilhete e suspirou pesadamente. As coisas não estavam nem um pouco fáceis para ela e sua mãe. Há quase 5 anos seu pai fugira com a amante, sem dar noticias, mas deixando uma gorda poupança para as duas. Lucy havia suportado bem. Nunca se dera bem com o pai. Mas aquilo havia sido um golpe bem profundo em sua mãe. Desde então, Eleanor Rigby nunca mais fora à mesma. Envolvida com problemas de bebidas, depressão profunda e duas tentativas de suicídio. Por sorte, o Padre Mackenzie havia surgido na vida delas e sua mãe passara a frequentar a igreja.
Largou o bilhete de lado e subiu rapidamente as escadas. Pegou o telefone sobre uma mesinha no corredor e levou até seu quarto, trancando a porta mesmo não tendo mais ninguém em casa.
Nem precisou muito para discar o primeiro numero. Podia não saber o número do telefone de emergência ou de parentes mais próximos, mas sabia decorado o número de suas melhores amigas. Jogou-se na cama, de bruços, e esperou que a primeira atendesse.
- Ginny? - Perguntou, assim que alguém do outro lado atendeu.
- Ai...Oi, oi Lu! - Disse Ginny. Havia o inconfundível som de risadas do outro lado. - Tudo bem?
- Tudo...e você? - Perguntou Lucy, meio confusa. - Tá com visita em casa?
- Ah! Você não vai acreditar! - A voz da ruiva parecia exultante. Havia algum tempo, desde que seus pais se divorciaram, que ela não ouvia a amiga falar assim. - O Rony, meu irmão, tá aqui em casa!
- Ah...legal... - Disse Lucy, um tanto incerta. Nunca fora muito intima da família Weasley, apesar de Ginny ser uma de suas melhores amigas. Apenas sabia que, uns cinco anos atrás, seus pais haviam se separado. Sua mãe havia ido morar em Liverpool com Rony, o irmão mais velho da garota e Ginny havia ficado com seu pai em Londres. - O que ele veio fazer aqui?
- Ele tem uma banda. Veio com os amigos e o pessoal da produtora para fazer uns show e talvez gravar um cd! Não é ótimo! - Dizia Ginny, ainda mais animada. Lucy ouviu uma voz masculina falar do outro lado da linha, meio distante e Ginny responder "cala a boca, Ronald!", antes de voltar a falar com a amiga. - Mas então...o que queria?
- Bem...o Max vai com os amigos...num Pub...e me chamou para ir...eu não queria ir sozinha com os meninos...então...pensei em chamar vocês... - Disse Lucy, virando e deitando de costas na cama, enrolando lentamente o cabelo no dedo.
- Ah...sinto muito Lu...os rapazes vão tocar hoje...e o Rony já me chamou para assistir o show deles... - Disse Ginny, logo soltando um gemido agoniado. - Me desculpa amiga!
- AH...não...tudo...tudo bem... - Disse Lucy, ligeiramente desconcertado. Era raro elas se negarem a saírem juntas. Sentiu uma pontada de ciúmes, mas obrigou-se à entender a situação da amiga. - Vou ver com a Ash...e tentar arrancar a Hermione de casa...nos falamos depois...beijos...
E desligou o telefone. Ficou um instante ainda em 'choque' em ter sido deixada de 'lado'. Virou o olhar mais uma vez para o telefone e discou o número de Ashley, rezando para que ela não tivesse algum parente sumido que reapareceu misteriosamente.

-*--*---*---*--*-

Procurar as roupas espalhadas pelo quarto foi um pouco difícil, mas no fim conseguiu reunir tudo. Liv havia adormecido e estava nua, enrolada entre os lençóis. Olhou para ela e sorriu orgulhoso das quase duas horas de sexo intenso.
-Hm... - Gemeu Liv, um tanto sonolenta, abrindo um olho, assim que ouviu a porta ranger. - Já vai?
- Não queria te acordar... - Murmurou Pedro, parado à porta, terminando de calçar um sapato. - O Lucius já deve estar voltando, achei que seria arriscado...
- Tudo bem...tem razão... - Murmurou a garota, coçando os olhos bastante sonolenta, mas ainda assim levantando-se para vestir-se. - Então...nos vemos depois?
- Claro... - O garoto sorriu maliciosamente para a ruiva antes de sair do quarto, fechando a porta lentamente.
O corredor ainda estava vazio. Tirando a voz alta do vizinho no andar de cima, não ouvia mais nenhum som por perto. Pé ante pé, foi andando de volta até seu quarto, tomando cuidado para não fazer barulhos desnecessários.
- Você ainda vai se dar mal nisso. - A voz de Amanda soou de repente atrás do garoto. Pedro virou-se de um pulo, olhando para a morena de belos olhos azuis, que lhe encarava de uma forma inquisitiva.
- Do que está falando? - Perguntou Pedro, tentando sorrir de uma forma inocente.
- Eu já sei do seu caso com a Liv. - Disse Amanda, cruzando os braços sobre o peito, estreitando ainda mais o olhar. - Se o Lucius descobrir, você vai acabar prejudicando toda a banda.
- Eu não sei do que está falando, sério. - Disse Pedro, tentando parecer indignado com aquelas acusações. Mas rapidamente tratou de mudar de assunto. - Onde está o Chap?
- Foi com o Rony e o Harry visitar a outra Weasley. - Amanda olhou para o garoto como se tentasse ler sua mente, antes de soltar um suspiro resignado. - Cria um pouco de juízo, pelo amor de Deus. Se não por você, por seus amigos. Pense um pouco com a cabeça de cima.
E, lançando um ultimo olhar acusador ao rapaz, virou de costas e entrou no quarto mais uma vez. Pedro ficou olhando para o local onde Amanda estivera, as sobrancelhas ligeiramente erguidas. Quase dois minutos depois, o som de passos vindos da escada chamou sua atenção.
- Hey...Ravenclaw... - Saudou Lucius, subindo as escadas. Carregava algumas sacolas nas mãos. - Onde estão os outros?
- Ah...Krum...- Disse Pedro, controlando-se para não sobressaltar-se com o susto. - O...Rony levou o Harry e o Chap para visitar a irmã dele...e as meninas eu... - lançou um rápido olhar para a porta do quarto de Amanda e controlou-se para não olhar por cima do ombro, para o quarto de Liv. - eu não sei...
- Bem...fui comprar algumas coisas...para depois do show... - Disse Lucius, mostrando as sacolas de plástico para Pedro. - e para o café da manhã de amanhã.
- Ah...claro... - Disse Pedro, franzindo a testa de leve, olhando as sacolas. - eu vou...descansar um pouco...antes do show...sabe...a viagem foi longa.
Lucius olhou para Pedro por um instante, com as sobrancelhas ligeiramente erguidas, antes de concordar com um aceno de cabeça. Subiu os últimos degraus e murmurou um "não se atrase" antes de seguir na direção do quarto que dividia com Liv. Pedro ficou parado no corredor, ouvindo Liv cumprimentar Lucius, suas vozes morrendo lentamente enquanto iam mais para longe da porta, até sumirem completamente. Soltou um suspiro aliviado e, com as palavras de Amanda rodando em sua cabeça, andou na direção de seu quarto.

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